A onda do voto útil na reta final da campanha eleitoral aumenta a probabilidade de vitória do ex-presidente Lula no primeiro turno das eleições presidenciais. Declarações de personalidades, intelectuais, artistas e juristas, como os ex-ministros do STF-Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa e Celso de Melo, posicionamento de empresários e banqueiros, como o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e sinalizações de diversas lideranças políticas, inclusive figuras ligadas ao Centrão, conferem um caráter plebiscitário às eleições presidenciais. As últimas pesquisas confirmam a onda do voto útil: aumento leve, mas consistente, das intenções de voto de Lula, aproximando-se da marca de 50%, coincidindo com a estagnação do eleitorado de Bolsonaro. Na medida em que está sendo atropelado pela onda do voto útil e que, portanto, pode ser derrotado já no primeiro turno das eleições, Jair Bolsonaro retoma e reforça a enfadonha tentativa de desmoralização do sistema eleitoral brasileiro.
Diante da iminente derrota eleitoral, resta ao presidente rejeitar os resultados das urnas com a encenação de fraude, criando um ambiente político que mobilize os seus fanáticos milicianos em atos violentos contra os adversários e as instituições democráticas, a começar pelo TSE-Tribunal Superior Eleitoral. A divulgação nesta semana, às vésperas do pleito eleitoral, de uma nota do PL-Partido Liberal repetindo as invenções de “falhas e irregularidades” das urnas eletrônicas é parte desta encenação que, como afirmou o TSE, pretende “embaraçar e tumultuar o curso natural do processo eleitoral”. É exatamente isto que pretende Bolsonaro, tumultuar o jogo eleitoral e implodir as regras democráticas, apostando no caos e na violência que poderia levar à ruptura das instituições. Ele já sabe que não tem mais chances eleitorais, que pode ser derrotado já no primeiro turno. E vai partir para o confronto. Cabe às forças democráticas e às instituições reagirem, com serenidade e firmeza, para impedir as provocações do bolsonarismo e suas tentativas de desestabilização política do Brasil.
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