O esporte preferido do presidente Jair Bolsonaro é a provocação de conflitos federativos com a tentativa de jogar para Estados e Municípios a responsabilidade pelos desastres do seu governo. E, mais grave que isso, faz gestos populistas e irresponsáveis, jogando os custos nas costas dos dois entes federativos. Tem sido assim, quando cobra que os Estados reduzam a alíquota do ICMS – Imposto sobre Consumo de Mercadorias e Serviços, para compensar os seguidos aumentos de preços dos combustíveis anunciados pela Petrobrás. Ele se apresenta como o simpático governante, preocupado com os elevados preços dos combustíveis, e transfere a responsabilidade para os governos estaduais. O novo golpe populista de Bolsonaro foi o anúncio do aumento de 33,23% do piso dos salários dos professores do ensino fundamental e médio, mais uma “generosidade” com o dinheiro alheio. O seu ministro da educação foi para a televisão dizer que o governo Bolsonaro “deu” o maior reajuste de salários de professores da história brasileira. Quase utilizou o bordão criado por outro populista: “nunca antes na história do Brasil”.
Bolsonaro tenta passar uma imagem diferente do presidente que está destruindo a educação no Brasil, e quem vai pagar esta propaganda enganosa são os Estados e Municípios, que não têm a menor condição financeira para dar um aumento dessas proporções, de uma tacada só. O presidente busca a simpatia dos professores e da opinião pública, ao mesmo tempo em que joga os sindicatos de professores contra os governadores e os prefeitos que não podem cumprir o novo piso. Vamos deixar claro: o FUNDEB, que financia salários dos professores, não é da União: é formado por um sistema de redistribuição de tributos dos Estados e Municípios (de acordo com o número de alunos), aos quais a União adiciona apenas míseros 15%. Claro que ninguém pode ser contra aumento de salários de professores. Mas o que está fazendo Bolsonaro é um populismo rasteiro, com os recursos dos outros entes da Federação. Criou outra fake news maliciosa, dizendo que deu aumento aos professores. Gerou um novo confronto federativo e, de quebra, pode provocar o desequilíbrio fiscal dos Estados e dos Municípios. Síntese da sua pulsão destrutiva
Recife, 04 de fevereiro de 2022.
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