Sérgio C. Buarque
A candidatura da chamada terceira via fracassou no embate eleitoral brasileiro. A senadora Simone Tebet fez uma campanha brilhante e emerge como uma grande liderança nacional do centro-democrático, mas teve pouco menos de 5% dos votos. Agora, no segundo turno das eleições presidenciais, o que está em jogo é a democracia, colocada em risco pelo atual presidente e candidato a reeleição. Se Bolsonaro ganhar as eleições, tem o roteiro pronto para desmontar as instituições democráticas, garrotear o STF e controlar o Congresso, promover alterações na Constituição que aumentem o seu poder e estrangular a imprensa. Depois do desastre social, econômico e ambiental do seu governo e da degradação da imagem internacional do Brasil, Bolsonaro nunca escondeu o seu projeto de implantação de um regime autocrático e viria com mais base política no Congresso. Portanto, para salvar a democracia brasileira, é necessário impedir a reeleição de Jair Bolsonaro. O que significa votar em Lula para presidente.
Esta vai ser uma campanha muito dura e difícil, agressões das palavras e mensagens que podem se transformar em violência física, durante a campanha e depois da possível derrota de Bolsonaro. Ele voltou a questionar a higidez das urnas porque está preparando a acusação de fraude para despertar conflitos sociais e impedir a posse do futuro presidente. O primeiro turno poderia ter sido diferente se a terceira via tivesse tido aceitação do eleitorado e quebrado a polarização. Mas, neste momento, o ex-presidente Lula é o único que pode deter o avanço do autoritarismo e a quebra das instituições no Brasil.
Se perdeu no plano nacional, em Pernambuco a terceira via brilhou com a ida de Raquel Lyra para o segundo turno. Raquel é a terceira via que deu certo, democrata, competente e responsável, Raquel derrotou o candidato de Bolsonaro, impediu que Anderson Ferreira fosse para o segundo turno, ajudou a quebrar a polarização política e eleitoral no Estado (o que foi facilitado, é verdade, pelo fato do polo lulista ter partido dividido entre dois candidatos). Raquel é uma democrata, comprometida com os valores civilizatórios e o respeito às instituições, mas está sendo bombardeada por uma campanha insidiosa de ligação com Bolsonaro. É possível que ela não explicite o apoio a Lula, até porque o ex-presidente está vindo ao Recife fazer campanha para Marília, sua adversária no segundo turno.
O futuro da democracia brasileira está sendo decidido nas eleições do dia 30 para presidente da República e, a esta altura, depende da vitória de Lula. E o futuro de Pernambuco passa pela eleição de Raquel Lyra, governadora que poderá abrir um novo ciclo de desenvolvimento do Estado. Pela sua história política, sua competência, seriedade e compromisso social, Raquel é a melhor alternativa para Pernambuco. Ela demonstrou, como parlamentar e gestora púbica e, principalmente, como Prefeita de Caruaru, visão estratégia, habilidade política e capacidade gerencial, qualidades fundamentais para governar Pernambuco neste momento da nossa história. Se Lula é a salvação da democracia brasileira, Raquel é a promessa de desenvolvimento de Pernambuco. O governo da terceira via.
P.S Artigo originalmente publicado na Revista Será?
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